Jorge Bischoff: criativo inquieto e sapateiro

19.09.2016 - Carina Locks / Jornal Exclusivo
Foto: Raquel Reckziegel/GES-Especial CEO do Bischoff Group é o entrevistado da série Calçado ENTITY_amp_ENTITYCarreira
CEO do Bischoff Group é o entrevistado da série Calçado ENTITY_amp_ENTITYCarreira
O mesmo conselho que recebeu aos 17 anos, e que mudou para sempre a sua vida, ele passou adiante. Cursar o Técnico em Calçados do Senai foi, para o próprio Jorge Bischoff, 51 anos, extremamente importante para que ele chegasse onde chegou. “Depois do Senai, o mundo tomou outra dimensão. Foi a oportunidade de dar o start, de ter a coragem de dizer para o mundo: agora sou modelista”, revela o empresário que está no comando de um verdadeiro império e que orientou, anos atrás e antes de contratá-la, sua atual diretora de Produto, Clarissa Lehnen, a buscar a mesma formação.
Quando cursava Técnico em Contabilidade em sua cidade natal, Igrejinha/RS – onde mora até hoje –, o jovem que passava as noites e fins de semana desenhando por diversão foi aconselhado por um professor a mudar o curso de sua vida. A sugestão foi que ele fosse estudar em Novo Hamburgo/RS para ser sapateiro, já que demonstrava grande potencial criativo. Aquelas palavras, assim como as ditas pelo diretor do Senai na época da formatura, afirmando que o espírito profissional já havia sido instigado nos alunos e que o futuro era responsabilidade de cada um, marcaram para sempre o hoje CEO do Bischoff Group. Atualmente, a companhia tem uma produção anual estimada de 1,4 milhão de itens, entre calçados, bolsas e acessórios. O faturamento, em 2015, foi de R$ 30 milhões.
Apenas um "alemão do interior"
Sua vida profissional começou cedo: aos 9 anos já era garçom em uma lanchonete que ficava em frente à fábrica de calçados em que seu pai trabalhava. Do outro lado da rua, alimentava o sonho de também atuar no setor que sempre empregou seus pais. Dois anos mais tarde, aos 11, Bischoff ingressou no meio calçadista como cortador de couro, mas outros cargos marcaram sua trajetória.
Caso do convite de emprego que recebeu de Tibúrcio Grings, da Piccadilly (Igrejinha/RS). “Estava andando perto da minha casa, ele se aproximou e perguntou se eu realmente já era modelista. Quando afirmei, me convidou para ir até a fábrica na segunda-feira”, emociona-se o designer, lembrando do aprendizado proporcionado por aquele emprego.
Mais tarde, tornou-se responsável pelo setor de Produto da Bibi (Parobé/RS), onde ampliou seu conhecimento sobre mercado e varejo. A experiência adquirida em seu estúdio de design, inaugurado em Igrejinha em 2001, também foi fundamental. Nele eram criados modelos de calçados e coleções inteiras para novas e importantes marcas brasileiras, assim como estratégias para inserir tais produtos no mercado. O criativo lembra que no dia da inauguração do estúdio, um jornalista lançou a ideia de ele criar uma marca própria. Conta que titubeou, pois considerava-se apenas “um alemão do interior”. Mas a ideia permaneceu.
A grife homônima foi criada em 2003. Cheios de atitude, calçados, bolsas e acessórios são vendidos hoje em uma rede de franquias que conta com mais de 60 unidades. Além disso, seus produtos também estão nas vitrines de multimarcas em 50 países. A inquietação, que é traço marcante da personalidade do designer, apareceu novamente em 2013, com o lançamento da marca Loucos & Santos, voltada para um público mais jovem e descolado, e, mais recentemente, com investimento em produtos masculinos, como a Mr. Bischoff.

Confira entrevista em vídeo aqui.

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