Despesas de estabelecimentos com taxas de cartões registram primeira queda

22.07.2016 - Redação Jornal Exclusivo
Foto: Fotolia.com Recuo foi motivado pela redução da taxa de desconto média e maior participação do débito nas vendas
Recuo foi motivado pela redução da taxa de desconto média e maior participação do débito nas vendas
A consultoria Boanerges & Cia. realizou estudo a respeito da taxa média paga pelos estabelecimentos comerciais nas vendas com cartões de crédito e débito em 2015. Baseado nas estatísticas de pagamentos de varejo e de cartões divulgadas pelo Banco Central do Brasil (BCB), em 6 de julho, o levantamento chegou às seguintes constatações:
- A taxa média paga pelos estabelecimentos comerciais nas vendas com cartão caiu pelo sexto ano consecutivo – desde o fim da exclusividade entre as principais credenciadoras e bandeiras – e atingiu 2,31% em 2015;
- A despesa total dos estabelecimentos comerciais com as taxas de cartões de crédito e débito, por sua vez, atingiu R$ 24,062 bilhões no ano passado (R$ 18,081 bilhões no crédito e R$ 5,981 bilhões no débito), crescimento de 10% na comparação com 2014, abaixo, portanto, da inflação média do período, de 10,7% segundo o IPCA do IBGE. É a primeira vez da história em que a despesa dos lojistas com as taxas dos cartões registra queda real (-0,6%).
Faturamento dos cartões de crédito e débito no Brasil
Segundo o BCB, considerando apenas as transações domésticas, o faturamento dos cartões de crédito e débito no Brasil superou a marca de R$ 1 trilhão (R$ 1,043 trilhão, sendo R$ 653 bilhões na modalidade crédito e R$ 390 bilhões na modalidade débito).
Pelo quinto ano consecutivo, o crescimento do faturamento dos cartões de débito superou o dos cartões de crédito. Para Vitor França, consultor da Boanerges & Cia., a causa está relacionada ao menor custo das vendas no débito para os lojistas e à migração mais intensa para os meios eletrônicos nos pagamentos de menor valor, entre os quais a modalidade débito tem maior participação.
Entretanto, pela primeira vez desde 2009, o faturamento dos cartões no Brasil, considerando as duas modalidades, não registrou crescimento real. A alta de 10,7% em 2015, foi exatamente igual à inflação média do período medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA) do IBGE. Segundo a consultoria, o resultado é reflexo direto da crise econômica e da queda do volume de vendas do comércio.
O crescimento nominal de 10,7% do faturamento dos cartões, contudo, ressalta a Boanerges & Cia., pode ser considerado um dado positivo para o setor quando comparado ao crescimento nominal de apenas 3,2% das receitas do varejo e de 1,3% das receitas do setor de serviços apuradas pelo IBGE.

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