Indústrias não conseguem financiamento para capital de giro

30.06.2016 -
Foto: Agência CNI Pesquisa da CNI mostra que as empresas foram obrigadas a adiar compromissos com fornecedores
Pesquisa da CNI mostra que as empresas foram obrigadas a adiar compromissos com fornecedores
A crise política e econômica dificultou ainda mais o acesso das indústrias às linhas de financiamento para capital de giro. Conforme a Sondagem Especial - Financiamento para Capital de Giro, da Confederação Nacional da Indústria (CNI), 53% das empresas renovaram os empréstimos em piores condições. Além disso, 35% não conseguiram o crédito e 40% obtiveram apenas parte do valor pedido.
A pesquisa mostra que aproximadamente 82% das empresas tiveram que adiar algum tipo de compromisso porque não obtiveram o valor total do empréstimo. O principal impacto, citado por 26% das empresas, foi o atraso de pagamento dos fornecedores. Em seguida, com 23% das respostas, as empresas disseram que perderam oportunidades de negócios. Outros prejuízos importantes foram a necessidade de negociação de novos prazos com fornecedores e os atrasos nos pagamentos de tributos e salários.
A elevada taxa de juros, com 77% das menções, foi a principal dificuldade enfrentada pelas indústrias que buscaram capital de giro nas instituições financeiras. Em segundo lugar, com 53% das menções, aparecem as exigências de garantias reais. Em terceiro lugar, com 31% das citações, vêm os prazos muito curtos.
Uma saída apontada pelas empresas para enfrentar as dificuldades de acesso ao crédito é a ampliação do prazo de pagamento dos tributos. "Entre as que apresentaram algum problema de crédito, 33% destacaram a ampliação do prazo de pagamento dos tributos como a melhor alternativa para lidar com o problema, 27% ressaltaram a simplificação das exigências e 19% apontaram a destinação de parte do compulsório dos bancos para financiar capital de giro", informa a pesquisa.
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Ações emergenciais
Diante deste cenário, a CNI reafirma que a ampliação dos prazos de pagamento dos impostos e a melhoria das condições de acesso ao crédito são prioritárias para a recuperação das empresas e a saída da crise. As duas propostas fazem parte do conjunto de cinco medidas emergenciais apresentadas ao governo na semana passada.
No documento entregue ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, a CNI sugere a liberação de recursos do compulsório bancário para linhas de financiamento de curto prazo. "Um ambiente de fácil acesso ao crédito e baixo custo de capital é essencial para redução do custo operacional e para melhoria da competitividade da indústria brasileira", argumenta a CNI.

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